quarta-feira, 4 de outubro de 2023

tá na hora tá na hora

e eu não quero levantar
o mundo tá lá fora, e eu não quero.

tá chovendo, meu estômago dói, tem meus atrasados, tem exame,

apaga a luz, despertador não tocou.

aliás sonhei com meu pai, uma cena surreal em que conjugava Danilo, meu pai, Leonardo e Silvio. além de uma impressora gigante na minha casa.

e s q u i s i t í s s i m o

ainda mais quando era uma daquelas situações poucas da vida passada, onde depois de grande, o pai tentava me agradar, sem saber direito como.

um tipo de me desculpa, é meu jeito, que não sai com as palavras, mas tá evidente o sem jeito,  o esforço, em algo subentendido que eu sozinha tenho que conectar, que entender, que pra certas ações talvez doa demais, pronunciar as palavras mais simples.

falando nisso, meu pai nunca se despediu de mim. ele nunca disse coisas bonitas no leito de morte. disse pra parentes mais distantes. pra mim, além de umas patadas em função da dor não teve muito romance não. e eu sei, certos sentimentos e realidades são difíceis de admitir. tudo bem. eu sei. senti falta, mas não senti, eu sei. minha frase favorita as vezes, as coisas são como são.

talvez eu precise desenvolver mais o que eu penso sobre isso. mas já adianto, quem me tem perto, ou já me pediu desculpa alguma vez sabe, sou condescendente, compreensiva até, no mais das vezes.

melhorei. minhas conciliações com as crianças da escola é um, mas e daqui pra frente

ahh eu já fui, talvez ainda seja sabe, rancorosa. então sempre presto muita atenção, em mim.

hoje em dia, apesar do que dói eu optei por rir. e se doer, ou se tiver problemas de convivência, quando ela é possível, quem vai ajudar a sanar é a própria pessoa, no caso de pessoa. porque eu vou verbalizar. tranquilamente, eu vou tentar.

o que são 8 letras perto de um mundo de atitudes e interações pra fazer diferente? 

e quem sou eu? que vivo aprontando das minhas. tem essa parte também, importante.

então deixa pra lá, ou, é passado. a gente escolhe, decide, e a vida não tá te pedindo pra seguir, só segue. ó, olha a janela,.. tá claro, 42 minutos do meu dia programado já joguei fora, e já não fiz várias coisas que devia.

e eu até pesso desculpas, tempo ri, e daqui pra frente Bruna? aí eu digo alguma coisa do que eu sempre digo, ele me põe no colo, bora Bruna, tem a próxima, alá a onda, se liga é nessa!

algo assim.

já me perdi. não posso retomar.

mas pode não ter nada haver,

só que ele ri, me fez lembrar daquela música icônica de uma cantora quee, a gente perdoa a dona, pra continuar com a voz.

e todo mundo perdoa todo mundo? 

não é bem assim, mas eu não sou adv, nem juíz. né Brasil. eu sei de mim.


vamos de dia 4.


. resposta ao tempo. Nana Caymmi.






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estou na clínica ao lado da janela.
barulho de chuva. pensa, já era pra estar na escola.

sabe o que aprontei?

cheguei na hora pro exame, que está agendado pra uma quarta do futuro. daqui a 7 dias. eu posso com isso?

e por uma sorte também, adiantei o destino do meu diagnóstico, veja bem. me encaixaram hoje. 

acho que vou incluir essa incerta como tática, isso sim. 

e não. estou brincando. 

mas voltar sem fazer e atrasada pra aula, ia acabar comigo. então, vamos de converter a manhã para o que, uma manhã feliz.



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é tem outra onda logo ali
e eu nem gosto de água fria tanto assim
e mar, eu tenho medo sabia
é um organismo vivo com várias sessões de vida
ou te morde, ou de afoga, ou te lega pra onde você nunca mais vai achar o caminho de volta
e se eu estiver na água sem sol.. frio
sozinha.. intimidada e prestes a um perigo muito grande
de ser engolida

05/12/23