domingo, 29 de outubro de 2023

Oxumaré orixá serpente arco-íris, ou A jibóia encantada, guardiã das medicinas da floresta?

 

foi o que eu perguntei pra 71. disse que eles iam ter o privilégio de escolher e que a 72 iria ficar com o outro.

e a 72 ficou com Oxumaré então. eles verão o mesmo conteúdo, porém cada cada representará figuras diferentes ligadas ou à lendas ou à descrição mesmo, não decidi.

desde que eu entrei estive fazendo com eles trabalhos com a linha. 

linha no desenho, linha no espaço, na arte em diferentes linguagens, dentre elas performance, e instalação, criando e recriando novas mitologias.

a linha como cobra, a cobra como animal, também símbólico, um exemplo na cultura africana, outro exemplo dentre os povos indígenas daqui, que eu tinha mais facilidade de mencionar.

eu queria recontar uma lenda do Reginaldo Prandi que vi um resumo num desses livros escolares que não uso, sobre Oxumaré. 

muitos anos atrás eu contei pra um quarto ano. eles fizeram umas pinturinhas que eu amei.

não sabe como fazer valer a lei 11.645 na escola, .. conta uma história. e foi bem assim mesmo. além de tentar empretejar minhas referências. e não. não estou dando receita de sucesso. bem fora disso.

Pérola. até poucos dias tinha a pinturinha dela minha parede. e fuçando nas caixas achei a de um outro estudante deste mesmo ano e trabalho. 

Pérola. nome lindo maravilhoso pra uma criança né? mas eu costumava ouvir na sala dos professores menção à sua pessoínha pejorativamente como Pérola negra. é muito louco isso, irônico, perverso, talvez, compreensível em algum ponto, porém bem complicado entre professores, no mínimo.

Pérola não era negra, e se fosse? o que para além do fato haveria de ter e se reverenciar?

mas era uma menina branca, esteticamente bonita, extremamente inteligente e também precoce em vários aspectos, muito ativa, agressiva, portanto, bemm difícil de trabalhar. tão marcante que de vez em quando ainda  é lembrada por sua ex turma, já que deixou nossa escola há um bom tempo.

Pérola guardava em si todas as complexidades da própria comunidade que a acolhia, e até poucos dias olhava para parede e pensava, que será feito dessa criança, a quantas anda? 

o que me faz lembrar de Kely, como andará Kely? literalmente cadeiras voavam em minhas aulas,  muita raiva, brigas entre os colegas,  mmmuitos chingamentos escoaram dessas convivências em sala, experiências recorrentes que deixavam humana e polidamente falando muito desgastante e pouco eficaz a intermedição em sala de aula sabe.

Kely era da Chico Mendes, de um projeto de contraturno que se chamava Gente Amiga. eles contratavam oficineiros e tinham um casa bem no meio da comunidade. 

dei uma oficina lá por um tempo aí, mais que muitos anos atrás. muito aprendizado, muita dificuldade, muitos questionamentos, dentre eles como acessar, como fazer a diferença, sobretudo como continuar, sendo que a vontade e igual a que eles manifestam às vezes, de fugir.

se bem que, Gente Amiga acho que é projeto do alto do Morro do Horácio, que trabalhei também, pouco antes de me efetivar na prefeitura. e o da Chico, agora não descanso mais até lembrar, mas ele era. aquelas iniciativas de cunho cristão, Marista, se não muito me engano, que financiava o projeto, .. ainda vou lembrar o nome.

aliás, quando trabalhei na Chico, morava em Campinas bem próximo à geral. então era só fazer uma reta, passar pelo viaduto e ainda em reta adentrar a comunidade, e andando, sempre de uniforme do projeto, mas a cada dia mais reconhecida porém, subir até a cede. mas como morei muito por ali, me sentia em casa.

no Horácio a mesma coisa, mesmo clima.

crianças inesquecíveis.

enfim..