cobra d'água, a jibóia, mito da mulher-jibóia guardiã das medicinas sagradas entre os povos indígenas Huni Kuin e Yawanawás.
sexta-feira será o dia da 72. Oxumaré. fico feliz a princípio, apesar de ser complicado também.
não é engraçado alguém que não gosta de falar nem se expor ter um trabalho onde precisa implorar quase, pra ser ouvida?
alguém que não gosta de falar, estar sempre com a garganta inflamada, dolorida, chegar em casa, e a acordar rouca?
será que começo a acreditar em carma?
eu rio. será que o povo do rezo me recriminaria, quando penso, e quase digo, só não digo porquê ninguém me pergunta, mas, carma ou não, nem acho isso importante.
vida depois da morte? tampouco. tô nem aí. como é depois que a gente morre? para né. não posso nem com meu hoje, quero lá saber como é e como não é, foda-cccccccc.
não é que eu seja descrente. fui educada dentro dessa prerrogativa então de fato pra mim é até natural...
a ideia de estar de passagem. de cumprir um papel, que envolve ser fazer ter e proporcionar o melhor, nas relações, todas, aprendendo com o passado, sendo presente, deixando possibilidades pro futuro.
mas não tenho interesse em ficar elocubrando esse tipo de coisa não.
enfim.
as manifestações físicas, emocionais da consequência de viver. espirituais também. lidar com isso, a melhor maneira. receber um conforto, colo. limpezas espirituais com intuito de proteger, limpar, abrir caminhos, superar... gosto.
agora, porquês metafísicos .. sei lá, pra roteiro de filme, e curiosidade rasteira é legal. tipo.. que será que eu fui na vida passada? foda-ccccc também, se fosse pra saber eu lembrava, né não?
pra mim a ideia é até natural, um entendimento de que parace que tenho um algo mais de trajetória. mas se é, porque, o que como, o que rolou, imbricamentos, essas coisas pfff, papo de botequim. não é importante.
tem alguém no mundo nesse minuto querendo saber se tô bem? pois não tô. e aí, grande coisa. parabéns pra mim, queremos novidade, diz o universo. isso também não é importante.
72 vamos pintar Oxumaré. com 71, terminar a Jibóia. queria separar umas imagens de referência mas estou sem ânimo.
amanhã de tarde nem lembro as aulas que eu tenho.. 2 de projeto contraturno uma só com 72, uma com oitavo, e uma com a 42, lembrei. preciso começar a fazer avaliação das turmas pro conselho prever avaliações no sistema, preencher meu diário esburacado desde que voltei, botar no papel os planos de aula do trimestre final. tenho que me acentar nos dias. segura-los para não voar.
quero muito abraçar minha filha.
quero ter ânimo pra seguir.
quero viver além do que eu vejo, e esse além é bem físico, material, presente. e os muros são feitos de pedras pra barreiras. já tá bom, em desafios.
sono.
estão tristes, sensíveis sabe. não que o potencial pra bate boca e xingamentos mútuos diminua.
querer ser mais compreensiva, atenta à dor deles, me torna mais suscetível ao que pra eles é arroz feijão, sabe como. é difícil, de aguentar as energias.
ali ninguém tinha lidado com isso coletivamente em outro momento da Donícia, nossas crias são bem protegidas, graças à Deusa.
início dessa semana João Miguel do oitavo ano, conhecido por praticamente toda escola, se afogou na cachoeira do bairro, e seus quatro amigos não conseguiram reanimar. uma fatalidade.
neste mesmo momento no mundo, muitas e muitas pessoas dentre elas, toda idade de crianças estão partindo, em lugares diversos, poderia dizer. mas temos o foco televisivo concentrado no conflito entre dois povos bíblicos.
é bem distante daqui, muito perto dos olhos, porém, e em gritante injustiça.
qualquer morte. mas essas mortes, de perto e de longe, difícil. oscila as emoções, exalta nossa impotência, escancara a bestialidade humana, aflora os sentidos, e depois deprime.
e o que é que Oxumaré e a Jibóia têm haver com isso?
nem te conto.
além de que me sustentaram essas duas semanas.
amei esse. mas amei todos.
essa semana preciso dar no coro em muitas coisas.
socorro.
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um pouquinho orgulhosa, um pouquinho contrariada.
não ficou como eu queria. no entanto, já é tanto. um tantão.
18/11/23
