domingo, 23 de abril de 2023

 


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as vezes fico em baixo da luz amarela da luminária
imaginando que é o sol. o rádio são as vozes.
estar só, é sincero pra mim
é assim que as coisas são



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nem todos que eu comprimento eu conheço,
nem todos que eu convivo eu gosto,
as vezes não conversar não é ignorar,
e as vezes não conhecer não é defeito,
é uma poupança
é só que está em algum lugar,
em potência

 


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na tela do computador tem o reflexo
da janela das plantas e do céu.
quando passa o vento e tudo se move,
eu noto num susto, como se nunca tivesse visto,
e olho para trás.

 


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em sua empatia jeito e trejeito
algo de farsa, alguém que esconde
e  que só aparece nas pausas e nos silêncios.
uma pessoa que tenta e mais tenta
e ainda não consegue sair do sentido de superfície

 


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era uma casa
muito isolada
já saí dela
não há mais nada
já não podia estar nela não
a vida muda e sem dar razão
...
ninguém podia comer um bolo
na mini-house não havia forno
ninguém entendia aquele buraco
é o mezanino que deu errado
...
mas era bela e era só dela
vai sentir falta
assim como era



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