quarta-feira, 26 de abril de 2023

de vez em quando prof. | sétimos anos












eu adorei fazer esse trabalho. fazia um tempo que tinha visto a pesquisa dessa artista e pensado que era interessante pra escola, e o tempo vai passando e cada vez mais vejo experiências com ele em sala realmente. essa é a parte que eles gostam, a festa das tintas na sala, pra fazer experimentação mesmo, no caso, construir diferentes tons de pele, em uma variação, e a partir da referência da artista em questão. 

eles conheceram um pouco do processo dela, da sua proposta e pesquisa, que envolve a interação com diferentes pessoas, fotografia, tratamento de imagem. conheceram a tabela pantone, variações de tons, seu propósito e usos comerciais. e o jogo da criação e categorização de tons da pele como pantone que a artista cria, do quanto isso é impossível, ressaltando a beleza da diversidade, demonstrada na obra da artista.

Angelica Dass é uma artista negra, que problematiza o cor da pele através de seu projeto Humanae, onde ela pede para pessoas deixarem-se fotografar, imagem frontal destaque para rosto e colo. com alguns pixels da ponta do nariz ela replica a cor da pessoa no fundo da imagem. seu trabalho é extenso. numa reportagem vi que ela já fotografou mais de 4.000 rostos pelo mundo. gosto muito de ver a apresentação, os tons inacreditáveis que ela chega, a cor do nariz também varia muito dependendo da época, estação, ela escolheu um local no rosto que oscila justamente por isso, para além da variação de pessoa para pessoa.

através desse trabalho conversamos um pouco sobre preconceito, racismo, discriminação. consegui ler com eles uma reportagem da artista pra F. Iberê Camargo. de onde vimos um pouco do que a artista pensa e informações que tangenciam seu trabalho.


O Brasil é um dos piores países para ser afrodescendente. Existe uma narrativa histórica diferente em cada país e, mas uma coisa eu posso lhe assegurar: não importa aonde eu vá, em qualquer lugar do planeta, os tons escuros são associados a adjetivos negativos, e os tons claros aos positivos. E nas 4 mil fotos do Humanae, ninguém é branco, ninguém é preto. 


Ao longo desses quase sete anos percebi que eu não falava apenas sobre mim mesmo ou de cor, mas como nos vemos e a maneira como vemos os outros. A diversidade é um recurso inestimável para a espécie humana. Basicamente, temos duas coisas em comum: somos seres humanos e somos únicos. É a essência de cada um, uma pequena parte de um vasto mosaico humano que emerge neste imenso afresco de fotos.

As cores do racismo, não da pele. Pavimentando o caminho para o preconceito, para um comportamento antissocial profundo, cultural e não biológico.



pedi para cada um criasse uma frase, que tivesse haver com o que nós estudamos, depois os grupos decidiram por uma que ficaria acima do "mostruário" de cores que criamos. na última imagem tem o produto de alguns grupos. foi um trabalho com os sétimos anos, se estendeu mais do que devia, o ano acabou e não consegui expor. fiquei bem chateada, o tema era importante, e o trabalho com eles, até por ter sido concluído foi bem bacana, eram turmas bem desafiadoras.

devo ter mais imagens em algum lugar. qualquer hora acho.

tem mais um trabalho que fiz no segundo semestre, mais dois na verdade, terceiro e quartos anos  que super gostaria de mini organizar, pra ver se volto a me animar, fazer brotar alguma criatividade e espírito guerreiro para conseguir conquistas, avanços na escola em breve.

eu devia ter me afastado em 2022/2. eu senti. acho que teria sido mais saudável. assim não teria progredido tanto. mas as coisas são como são, e apesar de tudo. e é um tudo grande, fico feliz de ter conseguido fazê-los.

de vez em quando prof., não é sempre que me sinto prof., ou que realizo trabalhos que fico satisfeita, e quase nunca consigo refletir sobre eles, ou realizar uma pesquisa mais profunda dos assuntos, quiçá esquematizar, organizar conteúdo pós, imagens, etc. super admiro quem consegue.  

isso que estou fazendo agora é um luxo circunstancial. até valorizo.




 umas imagens de net, aí..






agora que os sétimos são oitavos




consegui reaproveitar a sobra dos papéis, e acrescentei uma referência, o artista Jaime Lauriano, sugestão de uma das estudantes do CEART, que está em trabalho na escola. que óbvio, eu amei. eu já curto muito o daquele do mapa invertido, esqueci o nome daquele, acho que não é brasileiro. quando conheci esse. fechô. reescrever mapas, recontar histórias, dar aos fatos as palavras que merecem, perceber a estória crua, não cozida e com apresentação de restaurante francês, sabe como. afinizo.











aquele print esperto



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18/11/23