esses dias pisei no meu óculos e o entortei. aí quis muito levar pra arrumar mas não consegui. com muito receio fui tentar e consegui deixar quase perfeito. ufa, porque o óculos antigo tá desaparecido pela casa, nunca mais vi.
aí fui pra rua, mil coisinhas, tal, fui procurar cadê o óculos, cadê,.. estava sentada em cima o maior tempo. por fim tenho um objeto indispensável, mais torto que nunca, tudo num mesmo dia.
não gosto nada de olhar para um passado onde a Bruna menina sofria com invejinha do irmão mais velho que usava óculos desde sempre porque era estrábico, acho. e todo mundo usava óculos e eu não, nossa, que drama. depois passou, nem fui uma pessoa óculos escuro sabe, nunca fui chegada, apesar de achar altos esconderijo.
eu tô contrariada. um pouco incrédula. esse estado de exceção em que vivo já consigo separar dois momentos, embora seja bem tênue. tenho medo um pouco também. não quero nunca mais passar por isso, embora saiba que grande parte de mim é isso mesmo, só que numa intensidade menor, e mesclando outros sentimentos junto, o que trás alguma leveza.
cheguei a uma ferida gigante, agora ainda tá um pouco, mas tiraram a intensidade da dor, apagaram o fogo, tem os escombros. e pode que nem vou me preocupar muito, frente ao que me espera pra retomar, apesar deles, sei lá. meu médico disse, se você tivesse vindo antes..., mas a vida é um e se, né, vai saber.
eu continuo assim, criando novas perguntas, não gostando das respostas, com a impressão de que tem algo que eu não vejo, e que ninguém diz.
e sem falar que agora agreguei dificuldades na coisa de ver né, tenho que arrumar meu óculos.
