de repente os olhos mostram algo escandalosamente perto, quase possível de tocar.
o grande medo vem até em pergunta idiota, será que eu morri?
não né, tá bem vivo.
tá bem perto mesmo.
não tão perto pra ser notado, e o suficiente longe para esse mecanismo funcionar perfeitamente
sem que você seja percebido
ele te trás uma realidade a qual você não se insere, e uma ilusão de controle, eu a vejo, logo sei
mas não é uma realidade, imagem não é nada, sede é tudo, lembra?
mas ele atiça perfeitamente, daa água na boca,
a possibilidade, é quase uma via de inspiração, o suprassumo da curiosidade sem presença física declarada, que existe
os espiões, os covardes, os curiosos, as crianças, e você, adoram. como o melhor presente de Natal, d a v i d a.
eu,.. até invejo o privilégio. nunca tive uma ferramenta dessas tão potente, ou cara, que possibilitasse, esticar a ponta dos dedos, e praticamente te tocar, acariciar seu rosto, seus contornos, tão perto, que uma dobra de expressão, um sorriso do nada, me gelaria a alma de vergonha, certeza que ele tá me vendo nessa palhaçada de voyeur
dá uma vertigem
uma vontade por certo
que vontade né, que dá
não vou falar
n ã o vou falar vem.
não vem bobo,
me torna uma boa história
me torna uma mera lisonja
n ã o vou dizer como os mané, demorasse, tanso
mas vou parar agora o que estou fazendo e olhar na sua direção, na direção da sua casa, seu ponto de foco
e você, com seu aparato tão tão potente que pode até dizer meus novos graus, de vista, mas,
ao mergulharar em mim, nesse olhos nos olhos maluco, você vai sentir..
o que eu já cansei de demonstrar,
mas que está lá
no perto e no longe
tibumm