quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

larga o binóculo | eu odeio refrigerante | liberte-se da sede | se joga na miragem bobo

 

de repente os olhos mostram algo escandalosamente perto, quase possível de tocar.

o grande medo vem até em pergunta idiota, será que eu morri?

não né, tá bem vivo. 

tá bem perto mesmo. 

não tão perto pra ser notado, e o suficiente longe para esse mecanismo funcionar perfeitamente

sem que você seja percebido 

ele te trás uma realidade a qual você não se insere, e uma ilusão de controle, eu a vejo, logo  sei 

mas não é uma realidade, imagem não é nada, sede é tudo, lembra? 

mas ele atiça perfeitamente, daa água na boca, 

a possibilidade, é quase uma via de inspiração, o suprassumo da curiosidade sem presença física declarada, que existe

os espiões, os covardes, os curiosos, as crianças, e você, adoram. como o melhor presente de Natal, d a v i d a.

eu,.. até invejo o privilégio. nunca tive uma ferramenta dessas tão potente, ou cara, que possibilitasse, esticar a ponta dos dedos, e praticamente te tocar, acariciar seu rosto, seus contornos, tão perto, que uma dobra de expressão, um sorriso do nada,  me gelaria a alma de vergonha, certeza que ele tá me vendo nessa palhaçada  de voyeur

dá uma vertigem

uma vontade por certo

que vontade né, que dá

não vou falar

n ã o vou falar vem.

não vem bobo,

me torna uma boa história

me torna uma mera lisonja

n ã o vou dizer como os mané, demorasse, tanso

mas vou parar agora o que estou fazendo e olhar na sua direção, na direção da sua casa, seu ponto de foco

e você, com seu aparato tão tão potente que pode até dizer meus novos graus, de vista, mas,

ao mergulharar em mim, nesse olhos nos olhos maluco,  você vai sentir..

o que eu já cansei de demonstrar, 

mas que está lá

no perto e no longe

tibumm