quinta-feira, 10 de agosto de 2023

amor


encontro Jú pelos corredores agora ela é do nono, mas dei aula pra ela uns dois anos, mais o da pandemia.

sempre que a vejo, me derreto pelo seu irmãozinho, pequeno Levy. hoje ele está no terceiro aninho, o conheci bem no primeiro, pouco antes da entrada da pandemia.

a família não tinha celular pras crianças, então ele, como grande parte do meu público recebia material indireto por apostila. ou seja,.. interação zero.

a primeira vez que o elogiei ela arregalou os olhos de jabuticaba como os dele, e disse que ele, não usando as palavras dela, era um anjinho muuuito sapeca, que não para nunca e só incomoda.

muito inteligentes os dois. uma pra dentro por opção, excelente estudante para além do protocolar. muito criativa.

e seu irmãozinho é do tipo quee salvo raras exceções, pra todos os lados da sala que você olhar ele está protagonizando, ou em ponta de alguma brincadeira ou treta.. e quando enfim ce vira pro quadro, leva um susto porque ele está lá também, ou com alguma pergunta, ou pra delatar algum amiguinho de alguma coisa, ou pra explicar o que ele não fez, e que todos estão dizendo que foi ele sim. allgo de familiar me soa, mas nem é isso que trato.

é do amor mesmo. minha aula já tinha começado. ele estava com cadernos, livro, coisa aberta bagunçada. Levy! olha essa mesa cara, que bagunça é essa, e você só tá pra lá e pra cá!

fui ajudando a arrumar e quando vi os dois cadernos, derreti. 

a familinha é o pai, ela, e ele. os coleguinhas em volta disseram que a irmã encapou porque estavam detonados (imagino que foi queixa da prof. de sala)  por que realmente, já estavam de novo detonados depois de encapados. 

lindos, lindo demaais. disse pra ele que a irmã encapou tão lindo porque ama muito ele e quer que ele se esforce em sala. e ele com aquele olhão pra mim.

ainda disse que ia pedir pra ela fazer um pra mim. e vou mesmo. e não consigo. toda vez que olho esses cadernos meu coração transborda.

amor que chama. e só.