terça-feira, 29 de agosto de 2023

para todo sinto muito..

 



anestesia.

desde pequena eu tinha medo, fazia bafão, não gostava de sentir a agulha entrando.. medo

a primeira anestesia que me lembro foi quando tirei o apêndice. com cinco, cinco pra seis.

e dá vontade de fugir né, você vai sentir muito aquela picada, te dá medo, você não quer nem medo, nem dor.

e de repente você se entrega pra essa situação tão fatal... sente aquilo tudo, e depois, ahh que delícia, não sente mais nada. 

e esse não sentir nada se estende pelo tempo, dependendo da força você quase completamente derrete, nesse torpor.

esse torpor, como eu pude não querer.

você está consciente algumas vezes outras não, mas essa sensação te restaura, você até sabe que está em contato com dores muito maiores do que a picada, mas já não importa. 

poxa, nem tudo é ruim, nem tudo é bom, aquela coisa.

você recebe essa ferramenta de coragem, um suporte.

um suporte para entrega, e  a entrega é enfrentar. tudo em função de um benefício maior, né.

assim espero.



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a ajuda nem sempre a gente quer

e nem sempre é a que a gente quer, porque faz parte da ajuda certa imprecisão 

incerteza de quem recebe, e de quem oferece talvez, 

certezas são os alinhamentos, ajustes, paciencia, entrega

certezas também o colo, o amor de seus afins que trás essa fonte infinita de recarga, 

peça por isso, procure por isso, seus colos ancestrais, se não há, crie os seus bem rápido 

o melhor ninho, o melhor aconchego, a melhor partilha..

faça a cura vir

permita que venha

de todos os lados


25/04/24