domingo, 24 de dezembro de 2023

lua, sua linda.

 

eu dormi, nos enlevos do vazio que compartimos, não porque você é vazio, mas por participar do meu, claro 

e eu permito, não tem problema.. nenhuma verdade ou fabulação dá conta do que eu sou, e letras, caracteres são o que, luz, som, significado, nenhuma delas dão conta da minha fragilidade, complexidade, nem da de ninguém

mas tem pessoas que valorizam o vazio fechado em si, copas.

eu tenho vazio franco, ou talvez, um  conteúdo explíscito franco, de um certo modo, porque o que eu sou está em algo muito maior. 

dizer, e não dizer, nem dão conta..

mais uma vez, me irrito com o tradutor automático que ainda não desabilitei. 

acho que não vou fazer isso esse ano. sei lá, uma relação abusiva, mas ele está sempre comigo, assim como Memê, deixa eu ter meus companheiros né, ninguém é perfeito.

mas fato é que sonhei.

sonhei que amanhã seria aniversário da Cibe, que não tinha encomendado nem feito nada. Danilo e minha mãe chegaram na noite da véspera com a aniversariante, e nesse sonho liguei pra uma amiga, a Danny, que tinha esquecido de convidar mas que queria muito que viesse.

era desesperante, mas no fundo apesar da angústia, tinha uma esperancinha de que tudo ia dar certo, que eu ia fazer muitas coisas na noite, e que ia dar tempo.

acordei. meu corpo ainda dói, o tempo está passando e no sonho hora veja, ainda tratava-se de um aniversário.

a situação é exatamente essa. mas não é bem Cibe. minha mãe não vem hoje embora eu tenha pedido, mas Danilo vem com Cibe e isso, eu não pedi, mas aceitei. ah, notícia de minuto, desmarcou. um alívio, juro. 

ahh, eu gosto dele, mas nossa aproximação sempre dói meus cacos. nada bonito para Natal, ia ter que fingir pra Cibe . conversar comigo, meu lado bom ia ter que falar com o lado magoado e triste, a gente ia ter que chegar num extrato maduro à altura de mim,  e tudo isso, desgasta. 

mais alguns minutos e eu vou me ligar, tentar fazer algo. e olha eu aqui de novo, assim, conversando comigo igual, tentando ser e ficar bem. e com medo sabe, de não estar olhando pros fatos com o bom sentimento que o momento sugere, ser vítima de novo do apelo dessas datas, ceder meu emocional, arrefecer.

eu nem vi 24 chegar. eu, minha rede branca, a lua centralizada bem no meio, lindo. eu aqui, sozinha mas de boa, fora o fato de não estar de boa né,  imobilizada por dores que eu repreendo, mas cedo.

não quero alimentá-las, bom mesmo seria me tornar outra pessoa num plin.  e sair fazendo tudo, planejando para receber os que ama, enviando mensagens de amor pra todo mundo. aliás, quee saco essa parte, quando você não sente. mas respondi bonitinho as que me chegaram pensa o que, sou educada. meu pai diria falsa, pra ele todo mundo era falso, tinha tom de brincadeira, era, e não era, aquela coisa no meio, enfim..

só queria escrever do sonho, que retratava a minha realidade de um jeito engraçado.

se minha mãe viesse me poria no prumo. rolaria uns esculacho do bom, ela ia me animar, eu acho, pelo menos situaria, traria um foco. 

por mim agora dormiria de novo, talvez faça.

nada edificante né.

ninguém mandou estar aqui.