sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

madrugada de sonho | raridades

 

estava andando num ônibus coletivo com outras pessoas. ao meu lado tinha um filtro de barro que era meu.

e a viagem era em uma estrada fechada de terra úmida pós-chuva, com muito verde e casas esparsas, pessoas eventuais andando.

pela janela comecei a ver, e outras pessoas também a apontar, cobras gigantes, sempre da mesma espécie, mesmo desenho, verdes, com hachuras amarelas. 

algumas mais compridas, mais ou menos gordas, atravessando o caminho, ou na paralela da estrada, seguindo um caminho alheias, só imponentes, num porte silencioso, sendo o que são, e mais nada.

não parecia no sonho, algo impossível, que num ônibus em movimento, quase a cada quadro, víssemos uma cobra gigante linda, mais larga ou mais fina, cumprida ou mais curta passando.

soava mais como algo inusitado eventual, como chuva sol e arco-íris, sabe?

lembro só de pensar que tenho medo de cobras, e de ter alívio de sempre quando entro no mato elas me ouvirem, no pedido de não se mostrar, para não me apavorar, permitindo que eu volte outro dia.

em dado momento já estava fora do ônibus, carregando aquele filtro de barro grande, o meu mesmo, pesado, meio desengonçada, indo pra algum lugar que não lembro onde é.