segunda-feira, 4 de março de 2024

eu quaaase fiz um texto acadêmico..

depois meio que descabei pro relato que eu queria fazer pronto. mas já já vou ter que retomar. 

por enquanto ele vai morar aqui.

depois que eles tiver que estar aos moldes do artigo necessário, dentro da fundamentação histórico-critica, e blás. já não digo que porei aqui.

mas não quero fazer crítica, alguém viu u m a crítica aqui? grata.





Estudantes e Professora, em convergência, e uma percepção.

Voltando de uma licença seis meses afastada da escola, prestes a retornar no segundo semestre do ano, veio a proposta de receber seis integrantes do programa Residência Pedagógica na escola onde leciono. Sua escola sede precisou ser alterada, portanto, os recebi para finalizar sua jornada em seu último semestre.

Sendo assim, acompanhei a interação de pequenos estudantes dos anos iniciais e finais, com estudantes de graduação da área de artes visuais que se encontravam em um momento de reviver sua própria experiência por vezes até bem recente, no reverso do hábito, no exercício da docência.

Em meio a essa interação percebi que hoje em dia possuo mais tempo como professora que como estudante.Observar, ver acontecer entre planejamento e a prática de sala esses estudantes congregados, coloca meus conhecimentos e aprendizado em perspectiva.

Cada integrante em seu espaço e tempo, a criança, o acadêmico, o pesquisador, a escola, o professor de área, em uma linha que não é conformada nem estática, ou rígida entre começo, meio, fim, dimensão, espessura. Estão todas em interação, em posição de perceber suas paralelas, confluências, intersecções, cruzamentos, gerados a partir desses encontros praticados por um centro comum e contemporâneo, a Escola. É nela que esse coletivo converge, atrita e cresce formando uma malha sensível de relações que se apresenta como produto esses momentos vividos.

A professora está de volta. Sobre meu espaço e meu tempo nessa malha a que me referi, e interagi sob o ponto da retomada e ressocialização, posso dizer que foi enriquecedor e inspirador conhecer as ações que já haviam sido realizadas sobre a tutela da prof. Janaína em sua escola. E bonito perceber o entusiasmo dos participantes em criar a partir da realidade que a escola Donícia propôs.

Receber estudantes, academia em sua sala de aula é receber visita, o interesse é que tudo corra bem, escolhe uma data, momento mais propício, planeja. Porém diferente do ideal, entramos juntos em sala, e descobrimos juntos como as ações se desdobrariam.

A Escola é simpática. A EBM Donícia Maria da Costa é uma escola que está sempre aberta a iniciativas de pesquisa, oferece seu espaço e valoriza a interação academia escola. Repassei a proposta de receber o Programa na escola, e não houve oposição para que iniciassem atividades junto ao meu retorno.

Minhas turmas no ano de 2023 em função de meu afastamento permaneceu grande parte do primeiro semestre sem profissional substituto, o que fez com que quando reassumi em agosto, logo ao findar o mês já entrasse em um processo de fechamento de notas.

Esse fato tumultuou a rotina das aulas para observação, mas também propiciou a participação dos Residentes no Conselho de Classe de suas turmas pré-definidas para atuação. Tendo o conselho ocorrido antes dos Residentes assumirem, possibilitou conhecer os estudantes pelo viés dos professores que tinham a trajetória do ano letivo, com características e pormenores de cada estudante, um ponto bom.

O retorno do estudante, agora aspirante a Professor. Estar de volta, rever a sala de aula, integrar esse conjunto como propositor, esse que congrega, organiza o conteúdo específico, agiliza as necessidades básicas para que cada encontro aconteça com potência. Ser aquele responsável por refletir sobre sua própria prática, avaliar desempenhos e criar critérios, estender atenção à parte administrativa, pressuposto do cotidiano escolar, contabilizar presenças de turma, apaziguar conflitos, estar atuante nesse complexo. Pesquisar esse processo de lecionar enquanto o vivência, imerso no contexto escolar, pode se tornar uma experiência bem rica.

Ao retomar minha atuação na escola eu não tinha exatamente um plano a seguir. Tem alguns assuntos que normalmente abordo em anos específicos, e foi o que ofereci como sugestão, autorretrato para terceiros anos, ou então, foco e encaminhamento das propostas do terceiro semestre com temática a confluir e passíveis de discussão e apresentação na Semana da Diversidade que acorre abarcando, no início de novembro o dia da Consciência Negra.

Porém busquei deixar bem livre a escolha de assuntos, assim como estive intermediando a produção das aulas, sessão de espaço e aquisição de materiais, para as propostas de cada Residente em pesquisa.

Procurei explicitar meus desafios, e mesmo desorganização frente a burocracia escolar. O quanto é importante e mesmo desafiador assimilar as regras e normas do regimento escolar, e fazer valer pros estudantes em sala, o que muitas vezes faz com que nesses alinhamentos nossas propostas atrasem sensivelmente.

Tentei visibilizar minhas dificuldades e embates entre teoria e prática, o que funciona e não, e procurei fazer com que ficassem à vontade em seguir com suas propostas e interações com as crianças, assumindo para mim as intervenções de cunho comportamental quando havia excessos.

E no transcorrer, percebi que as crianças estiveram abertas, interessadas e envolvidas com as práticas e referências. E por mais alvoroço, o retorno apareceu tanto nas conversas quanto nos trabalhos.

Um dos meus desafios no processo de apropriação de tudo que envolve a práxis escolar, foi a dificuldade de lidar com a frustração, o embate entre teoria e prática, especialmente quando a questão comportamental é a tônica.

Percebi que essas percepções permearam as experiências, sendo muito bem elaboradas pelos Residentes, que souberam contornar as situações e converter acontecimentos imprevistos em parte do aprendizado mútuo, onde por vezes, passar a aula em conversa, reafirmando combinados ou a própria rotina escolar, estão inclusos no processo. 

As crianças. Com relação ao público-alvo da escola, as crianças, acredito que foram contempladas diretamente, no sentido de que tiveram a oportunidade de experienciar práticas que dificilmente eu conseguiria oferecer no dia a dia, dado o número de estudantes e outras questões estruturantes à considerar.

A parceria entre os Residentes e professora de área oportunizou realizar trabalhos mais ousadas e oferecer para os estudantes materiais, saídas de sala, interações mais complexas.

Além de que tiveram sua curiosidade aguçada, muitos estudantes que têm por característica a dispersão mostraram-se interessados a despeito do seu próprio comportamento, e isso foi um ganho na experiência escolar, além de um input criativo de suas práticas futuras.