terça-feira, 19 de março de 2024

mente brilhante, 2001 | calma borboleto

 

fiquei muito impressionada na época com o que dentro da trama do filme, o que esse personagem, brilhante  na sua área teve que passar até descobrir, que ele não era tão especial assim.

o fio que divide a loucura e a sanidade, pra você caminhar. os engodos da mente, a patologia, o tratamento pra algo que não cura, medica e convive. palitivos.

e o golpe de fé para ouvir o externo, ouvir e perceber que sim, tem algo errado em suas certezas, se auto-questionar, e se restringir, auto-questionar, e fazer uma opção, avaliar e decidir, e implantar na sua vida uma nova ordem por mais que doa. 

passar por cima do ego bonito assim, sapateando de salto de salto na sua auto-importancia para então conseguir se adequar a normalidade que permite vida.

o outro caminho é sem volta, é morte, sargeta, solidão, danação, perigo. 

dentro da restrição, do abandono de seu ego,  do tratamento, a vida  é possível, real, de algum modo, integrada, pé no chão.

é um filme triste. e é um exemplo pra mim, dentro das proporções, não ficar dando vazão à imaterialidades. até porque, vãs, e vazias.

meu golpe de fé a partir de agora, será na voz das pessoas amigas, no que elas sugerem porque me conhecem bem. o que eu, como pessoa normal, comum, corriqueira, c o m o deveria estar vivendo a vida e estabelecendo interações no meu meio?

pena que eu não sou brilhannte no meu metier, sou só uma mal resolvida sentada na estabilidade pra sobreviver. não me auto-admiro. o que eu queria muito é ser feliz, compartilhando amor como uma pessoa normal, numa vida normal, mas eu me podo. e o que mais se apresenta, que tenho visto, é o desafio de sobreviver mesmo. feliz é quem não se questiona, isso sim, só vive, simplicidade é Tudo, viu.

uma coisa meio Macabéia na Hora da estrela.  mas ela ainda é pop, pensa, uma criação da Clarisse. ninguém pop me criou, foi só meu pai e minha mami mesmo. 

seria bom ler Clarisse, li pouco, mas se continuasse mais, nada disso aqui seria possível, eu já teria de velho parado de escrever e deixado pra quem sabe.

será que essa é uma outra grande restrição que eu também ainda precisarei passar? o l h a meu tempo perdido.

você consegue enxergar a dor, e o tempo? mas calma também Bruna. algo dessa envergadura deve acontecer assim como o veganismo sob as meus hábitos práticos da vida aaaaaanos atrás, na época das primeiras substituições. 

sempre digo pras pessoas que perguntam questões práticas alimentares de transição, que não é tanto sobre o que você retira, mas o que você agrega. não é sobre as mudanças, e o cardápio de morte que você está deixando, mas sim as belezas e novos sabores, por vezes combinações muito simples mas, mas surpreendentes, que são a resposta. não vai se ressentir, vai é se deslumbrar, e então fica fácil seguir. pra mim foi essa a lógica do processo.

toda vez que eu encontrava, ou aprendia a fazer algo muito gostoso, ou experimentava algo muito bom, praticava uma substituição, isso, por isso.  

quando eu pensava num prazer que dói, que é ruim, que é do mal, já sabia o que procurar, que me daria um prazer muito maior, porque não se trata apenas do paladar, mas de um conceito, uma proposta de viver.

uma reprogramação né. eu fiz e não foi ruim. descobri que a vida é mais, então, pode ser essa uma boa dica, para desapegar, substituir condicionamentos. pensando.

tem algo aí né, cansei  de escrever, mas já entendemos que tem? então já posso tentar dormir de novo.