domingo, 24 de março de 2024

a calada noite | música de novela

 

é a hora morta que nem eu

até me emocionei agora

a noite calada, hora morta

como pude esquecer essa imagem, a das madrugadas.., quando tudo para, até os grilos, gafanhotos e sapos.

e hoje é de lua né. 

a noite tá looonge de ser calada com essa pagodeira.

e meu coração oprimido. 

e meu emocional um lixo, mas não exatamente de modo ruim, senão chacoalhada que estou, tudo voando. moral baixa. 

tem gente acordada na calada da noite..

graças à Deusa, .. quase sempre não sou eu.

se o sono é dos justos já não digo. qualquer idiota do mal, infeliz, mal resolvido, gente cansada só, de todas as idades.. dorme, uma hora dorme.




e quem assistiu Cláudia Ohana em Vamp, nunca deveria esquecer da calada noite Bruna. você me surpreende viu.

escolhi um clipzinho d a q u e l e s, mas com a Vange Leonel, melhor que com a Cláudia, porém  difícil assistir igual, enfim, estética de época.

que bom que fui pesquisar para além do refrão em looping na minha caxola. 



meus olhos não aguentam mais / claro que não aguentava, tudo girava

cadê a noite / cadê o dia, cadê eu, meus problemas, pessoas e não-pessoas, pra que isso importa, quando se está em face de se perder de si?

purificação / até parece. não se trata disso, nunca foi pra isso, mas se algo dela viesse, mal não seria

noite preta / nem era, tinha uma fogueira, lua de figurinha relevo, estrelas, pequenos brilhinhos flutuantes, salamandras.. mas nada disso adiantava, eu não tinha controle sobre meu corpo, consciente e inconsciente 

calada / eu não conseguia ficar, estava desesperada e pedindo ajuda, pedindo pra Luiza, aquela menina que parecia um urso de voz doce e firme não me deixar, não desistir de mim, não sair, eu não aguentava mais, não morria, nem saia do corpo, mas quase

fecho meus olhos / e estão abertos, abertos são como fechados, parece que eu escuto, "não há como nem onde fugir"

entre o sim e o não / um limbo maquiavélico. sim. a vontade ela rolar no chão e gritar. foi por um triz.

Deus / que Deus

onde vim parar / só fui atender o pedido de uma amiga distante

noite preta / linda e maravilhosa, mas não era pra mim, ou era, minha balada da morte. eu morri.

vou me entregar / "se entrega". eu tenho ímpeto de agredir qualquer pessoa, em qualquer situação que me larga uma maravilha de frase dessa. não se trata disso. se eu largar, quem vai pegar? se eu me largar no enlevo, alguém, alguma força vai pegar, e isso, esse é o terror, sentir que seu corpo vai ser tomado. mas essa é apenas uma faceta do combo.



a mandala com velas grandes estavam no toco quando voltei a mim. quase no final já.

só que não voltei ainda, estou aos poucos.

um furacão passa por você, o que sobra. não sobrou nada. só a devastação, a vagareza da conformidade de alguma ordem. reconstrução.