um setembro dando tchau
outubro está que vem
esse entardecer de vento, linmnmdo
a gente seguindo sempre né
mais perto, mais longe de algo que nem podemos ter pressa, porque não sabemos o que é, buscando entre chaves e fechaduras, as passagens que são construídas, estruturadas por mãos que não conhecemos.
um caminho humano é um caminho sábio, mas só se você tiver a amplitude de olhar para a experiência agregada, a clareza de perceber, que entre erros e acertos muito do que foi alinhavado e construído, um indivíduo só não dá conta. comunhão.
existe também o caminho selvagem, e esse nem nos diz nada, olha pra gente assim como a gente olha, uma questão de coragem, um passo de cada vez, e seguir, percebendo talvez, clareiras, picadas, pegadas propícias. aventura.
a trilha sonora é um termômetro. assusta, apavora, até o silêncio onde não devia apavora. mas aos poucos você vai descobrindo quais barulhos e quais silêncios amar, quando deve ser aproximar ou afastar, numa dança orgânica, sem alfabeto, mas muito perspicaz.
o caminho selvagem não tem muros, nem portas, paredes, mas apresenta impedimentos naturais, encontros surpresa. improviso.
a rota que te leva, te envolve e perfuma, desafia, .. e o que você segue os astros, a referência física, ou deixa aos instintos e só vai, o que faz?
nas construções de cimento, nos emaranhados naturais, no dentro e no fora, esse desejo de que o caminho te acolha, que o caminho seja a casa.
vou só, e essa trilha é repleta de outros seres, vagando, cruzando, todos tecendo seus emaranhados, espaços de vida, cercanias.
o vento sopra, esse frio pesando no coro, e a porta, ou fresta, ponte, avenida, vale ou morro, por vezes desfiladeiro, atravesso. não posso ter medo.
mês a mês, ano a ano.