quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

frenesi | perdas e ganhos | travas | eu reconheço

 

essa emagrecida horrorizante, que eu amei, e não, porém, uma das coisas mais legais da minha separação do pai da minha filha, foi doentia, e completa, no sentido de que, tudo ficou muito flácido.

eu ainda amamentava, aliado ao emagrecimento eu meio que entendi o significado de peito caído, e compreendi também mulheres que recorrem a enchimentos artificiais. 

todo modo, quem já viu minha foto espanta mosca sabe do que eu digo, tava ótimo assim, pelancuda.

agora estou enchendo meu corpo sem querer, estou me sentindo inchada e com dores que não tinha mais, minhas pernas pesam e alguns movimentos sofrem delay, e eu odeio me sentir e me permitir estar assim.

mas meu peito veja só que informação de alta relevancia, está mais cheio, e tô achando até legal. se eu pudesse meio que escolher alguns lugares específicos pra enxer tava bom.

hoje eu dancei pra tambor de novo. não vou entrar em detalhes porém, pernas pesadas, corpo horrível e, tô pegando hojeriza a suor, mais do que já tinha, especialmente o alheio. ou, como sempre, minha mente criando mil desculpas e impedimentos.

eu estou me engabelando e estou feliz, estou me fugindo pelas brechas, não estou me vendo e isso,.. salva vidas.




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aproveitando que eu tô no ônibus de bobeira...

eu acho que o Freud não me explica bosta nenhuma, mas..

embora eu não tenha muito tipo pra macho, sempre gostei dos  famosos magro de ruim, históricamente. 

nada consciente, mas as vezes botando minhas histórias uma do ladinho da outra esse aspecto ressalta.

normalmente vou pros morenos. bem poucos loiros, assim como negros, ..e na nova era, não era loiro, mas era esse sim, teve o mais branco, mais magro, e de olhos mais incrívelmente azuis que já vi. interessante, apaixonante até, apesar de não ser a minha exaltar partes, se não o todo do físico aliado ao conteúdo, o blá, as ações, muito fundamentalmente. não tenho muito  fetiche de corpo.

ideal é o projeto né, já dizia os prof. de medologia científica da facul.. você não precisa ser. 

aí as curvas,.. você justifica. isso foi eu que falei, pensando nos olhos azuis dele, e pensando no meu quadril. 

futilidades né, ahh tô de férias, é tempo disso.

tenho uma amiga que nos apps, adora flertar com o perigo. cede à específicos aspectos de físico, tem um lance com profissões tipo, bombeiro, policial, e, por conta dessas características, não difícil se vê, por exemplo, em esparrelas de cunho machista, e político-partidárias, evidentemente.  ela curte eu acho, adentrar essas mentes, confrontar aquela água parada. e de vez em quando rola uns péga de verdade.  cada um, cada um né. 

e eu tô pensando nisso tudo, porque uma amiga me disse há uns tempos, que eu sou gordofóbica.

eu sou completamente auto-gordofóbica, eu confesso. e na minha trajetória de vida, essa dor de inadequação foi ácido. 

como resultado final, eu dei erro, tenho muito pra avaliar e reavaliar, e tenho feito muito isso, tentando me perdoar, tentando entender o processo. nada disso de vida é fórmula mágica de fazer um plin.. então, novas estratégias, abordagens, algumas podas, mais bibliografia, ou mão de obra qualificada para assistência, vamos de mais simples, ou um quê de ousado. quem sabe igual, mas com mais experiência, tudo é dado, coleta, valioso. 

enfim.

eu tenho um pouco disso sim, uma percepção que desqualifica a primeiro olhar pessoas acima do peso. sou praticamente desabilitada de percebe-los como possibilidade amorosa, nem os enxergo. é cruel, mas é sincero, e não definitivo. mas aí a pessoa teria que chegar, investir na incerta, e ter muito talento pra me dar a volta. 

é, eu me vejo no outro em algo que eu abomino,  não aceito, e é apavorante, triste também, pensar nisso, nessas projessões.

hoje eu vi um cara, moreno claro, bemm não magro, porém  forte e grande. um rosto, até corpo, muito bonito. e tinha um jeito de ser que me chamou atenção, porque estava muito confortável e feliz em uma posição de destaque que dificilmente eu estaria, o que também  denota personalidade forte. além de estrema simpatia.

essa presença me interessou, passei a prestar atenção a mais, porém tudo na base da discrição né, lógico. mas quanto mais eu olhava, mais eu pensava em como ele seria incrívelmente lindo com uns kilonhos a menos, exato o que eu sempre fiz comigo. puro suco da crueldade e da inadequação. tô falando de mim, claro, e dessa lente disfuncional voltada pro interior e exterior do meu mundo.

perceber alguém, se envolver não tanto pelo que ela é, mas a partir dos reajustes possíveis pra que ela se torne aquilo que VOCÊ gostaria? show de horror ein. 

não quero fazer isso com os outros, estarei muito atenta. e não quero que façam comigo, tomara. que olhem bemmm pra mim primeiro. 

assim como prometo da próxima vez, olhar bemmmm pro rapaz pesadão e lindo. será que se eu me permitir apaixonar, acharia uma ponte para me reencontrar no meio de todas as minhas travas?

não preciso necessariamente me apaixonar, mas se eu me encantar pelas nuances, os acréscimos únicos dessa personalidade intrigante, será que eu diluiria o apesar de

peso é uma questão seríssima pra mim, pra ele aparentemente não. será que ele tem algo a me ensinar?

racionalismos, mental ativo. eu sei que viajo, porém, faz tempo que eu queria escrever e refletir sobre isso.

então eu  pra homem, no âmbito físico, casca, eu não tenho tipo, beleza não é de verdade um critério,  nacionalidade, cor, ..  mas peso, ou sobrepeso, sim. 

e eu acolho essa disfunção sabia, pretendo meditar até mais sobre isso, essa consciência. tentar não me tratar com revolta, indignação, crítica, julgamento. 

eu rio da  utopia tá, mas talvez não seja tão difícil assim, ser mais gentil.