segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

eu tenho h o r r o r.. | eu no meio

a samba rock.

não me entenda mal, algumas músicas são lindas, a q u e l e suwing

olha o arranjo e o violão dessa música que delícia 

mas se for pra me obrigar Ter que estar feliz, um copo de cerveja será necessário pra eu me apagar bem rápido, um cigarro na mão foi muito útil, hoje em dia daria por falta, pelo gestual, pelo engodo de que estou fazendo algo quando não estou exatamente integrada, e inevitávelmente  questionando tudo.

meu novo psicólogo sexta me dizia que eu preciso me tornar testemunha de mim.

que seria interessante exercitar presença.

me faz azedarrrr, querer escrever um monte de merda aqui, mas eu sei que é verdade. exercitei muito isso ontem a noite, madrugada de sábado, de forma linda até, fiquei grata.

ui, me perdi. não vou mais dormir, já vi tudo. mas queria. 

então vou tentar levantar mais cedo. 

se fechar os olhos agora, vou acordar umas 9 e tals.. não queria.

eu estou começando a ficar com medinho a cada dia, do que será que será dos meus dias, como quem tem data marcada pra morrer.

preciso tomar cuidado. caminhar bem na linha, .. não quero apelar aos fármacos, não quero esnobá-los, quem esnoba que comprar? não, mas talvez não tenha escolha, enfim.. na linha, olhando reto pra não cair.

eeita o lance era a música pra me, te provocar,  torturar, interlocutor insistente, de um blog defasado, desconfigurado, deslocado, autista, inegávelmente autofocado como proposta, porque a lente, os olhos, meus sentidos, corpo pra estar no mundo, questiona sua existência o tempo todo, e isso é, complicado, pra uma pessoa que não tem grandes problemas.

eu sou um tipo nem lá nem cá, eu sou filha do meio, eu sou parda, meus ancestrais são a cara da bagunça do meu ser e da minha mente e casa  arquivos,  objetos no armário, guarda roupa,.. sei lá, é Blur, tem o desfoque histórico dos meus olhos hoje. eu tenho tudo e todos e não sou nada e ninguém me quer, embora pareça ser e mesmo advenho de todos. 

a parditude é integração triste e forçada, é o fruto que ninguém quis assumir, é o menos ruim de incorporar numa sociedade vazia de valor? ah isso é, ou foi, historicamente. eu sou a cor do Brasil do sambinha feliz e da bossa nova. a melhor cor, a cor do pecado talvez realmente seja a minha, já que ainda estamos e talvez especialmente nos solos do sul, ente racistas. já ouviu sobre a solidão da mulher negra, um dia ouvi um depoimento sobre isso, partiu meu coração. quem sou eu pra reclamar? só parda, introduzida e aceita, a ideia de um projeto sórdido no passado, um extermínio de raça pela mistura. será que não me enxergo, e sou então a cara do sucesso?

sou  perda e ganho,  fora da casa dos problemas puros, fora da casa do reconhecimento, fora.  eu não sei quem sou, eles não sabem, inclusive o depoimento de minha parditude é desnecessário, porque eu, estou em conexão com os povos, com as pontas, com as lutas, até onde particularmente eu consigo, que é, pelo menos o ponto de alguma consciencia, mas, não tenho problemas, referência, casa.

louco né.

agora mesmo que me perdi. como volto depois dessa?

enfim.. samba rock. só de mencionar a palavra já fico tensa, eu gosto de algumas músicas, não gosto da felicidade, deu pra entender né.

Carnaval também me deixa tensa. não quero ser feliz no Carnaval, e tenho já sabe né, vontade de mandar todo mundo pro inferno, e isso tem recalque, não é justo. eu sou o problema aqui. a felicidade dos outros, expurgo, manifestação poética social, cultural de nós, é legítima, quem se coloca de fora, porque tem defeito sou eu, né, já sei já.

bom.

tarde de domingo não é hoje.

eu não sou a Carolina, que pena.

talvez eu seja bela, mas isso não é motivação, ou incentivo, seria fútil se fosse, embora muitas vezes seja.

não sou Carol, não tenho vizinho, ninguém perguntou nada de nada.

e essa música, bom, em qualquer night que não precisa ser de noite né, qualquer coisa que me envolva, essa música, e pessoas, seria com álcool, muuuito dele, aí talvez funcione, cair em qualquer boca também, embora deteste isso, tem sua razão de ser, nesse caso sim, posso ser altas Carolina, quando eu era pequena eu achava ess nome tão lindo. mas acho que já tinha haver com a outra música, a do Chico.







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isso foi estranho. mas foi o que tive pra esta manhã. tô precisando muito da Cibe, ela me aterra, a dança afro também, foi um remédio que eu escolhi nessas férias, embora já esteja triste, porque a minha rotina de vida real não comporta esse prazer, ou excentricidade. essa foi uma ponta até citando aproximações, isso, junto ao desenvolvimento na umbanda, que está em recesso, porém voltando aos poucos, e por mais que seja controverso pra mim um abraço religioso, eu me entreguei a algo que eu senti, está acima das minhas nóias, e me ajuda com elas.

a outra ponta, teve início antes já, mas o exemplo que vou citar vem lá do meio lá da minha licença e trevas do ano passado. nessa peia descontrolada de vida real,.. eu comprei por impulso um curso pequeno, pequenininho, um estudo, um ensaio, que se continuou nem vi. e estou com medo desde sempre de tentar entrar e perceber, sei lá, que o curso venceu, expirou, fiquei de fora pra sempre, por incompetência, doença minha. 

lembro que era hora da aula, ouvia os plim de chamado, tinha me preparado para assistir, animada até, mas chegou na hora, sabe aqueles sonho que o desastre vai ocorrer, que você precisa urgentemente levantar fugir mas seu corpo não se move? essa era a condição de impossibilidade d'eu pegar, ligar o celular, e acessar minha aula. 

a primeira até assisti, tão bonito, pra além d'eu achar que conseguiria apreender alguma coisa. a segunda, poderia ter visto e não consegui voltar até hoje só de medo, cosmologia e palavras Yawanawá, e uma de suas lideranças, tentando ensinar seu idioma para, como chama, nauás? esqueci. aprender um idioma nativo, que honra.  

eu não ter conseguido entrar, eu não ter conseguido voltar, ainda diz muito sobre mim, e meu chipe queimado atual. mas também é um exemplo da ponta de lá, uma singela contribuição também, e privilégio, investir, e estar presente em uma iniciativa assim, para além de fazer o uso urbano da medicina, por vezes próximo, às vezes não tanto, das origens nativas que a guarda.

crítica,  atenta aos acontementos, sobretudo por uma curiosidade sem propósito claro, estive  e estou percebendo até preví o levante, a partir da própria vivência e percepção da proliferação de espaços terapêuticos e de cura de sei lá o que, que começou a aparecer sem parar seja na minha ilha, seja no âmbito virtual. 

a fortaleza, a iminência de retomada, acho que está ainda no recuo da onda da tsunami lembra.  e tem balançado cadeiras confortáveis aí, no âmbito da cura urbana.

sobretudo de quem, assim como na umbanda, esquece da estrutura mais sólida de sua constituição, a presença indígena e do povo negro em diaspora nos pilares, na força, na essência, e do que significa hoje em dia, você honrar com mínimo  de consciência, todos esses fenômenos dados a ver, entre físicos e não físicos. 

mas e eu? eu no meio né, nem de um lado, nem do outro não por ser neutra, mas por constituição. eu sei o meu lugar de não lugar. e digo mais, estou às voltas com a minha terra arrasada, os contornos de minhas próprias estruturas desfeitas por sei lá, terremoto, ou um vulcão violento, estou em constituição de um novo ser que agora, e sempre, vai dialogar e com um entorno também está em transição, mas anseando por escolhas mais conscientes, interações e presença onde com o mínimo do mínimo eu possa, pesar a balança pra um lado mais justo. que bom até, que estou mais gordinha, ao menos esse peso vai servir pra alguma coisa.


pfff, nem gosto desses papo. mas hoje acordei meio virada. preciso parar.



levantar.

vai ter que ser café.

vai ter que ser fenomenológica, bemm sensitiva do meu presente. sabe aquela palhaçada de queimar ponte? isso, o tempo todo,.. sem passado e sem futuro Bruna, só os passos até a cozinha, da sua porta que dá pra seu matinho cortina. sem aquele bicho lá por favor, por favor por favor.  e só, Bruna, vá Só até aí, e seja intensa.

vamos de respirar. renovar. recomeçar.

3, 2,..



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sabe que esse texto expurgo, não era pra ser essa bagunça que virou, e adquirir esse peso, ele não era isso.

portanto sinto que ele vai continuar.

vou ter que voltar e uma hora volto de verdade, nem é uma provocação..